A conquista de uma medalha de ouro pela judoca Rafaela Silva, pobre, negra e moradora da comunidade Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, é uma história com elementos suficientes para servir como um extraordinário exemplo de superação. Mas, além da força de vontade da jovem para vencer tantos obstáculos, tem chamado a atenção de todos um personagem muito importante para o desempenho da campeã: o técnico Geraldo Bernardes.
Com 73 anos, Geraldo parece atuar como um verdadeiro mentor com os atletas que prepara. Além da judoca Rafaela Silva, ele está presente na vida de vários outros esportistas que fazem parte do projeto social Instituto Reação, criado para atender comunidades carentes como a de Rafaela. Em uma das entrevistas que ele concedeu recentemente ao canal de televisão Sportv, chamou minha atenção o fato de ele dizer que “tinha um diamante para lapidar”, referindo-se a Rafaela na época em que começou a treinar.
“Mas a coisa mais importante, quando ela chegou para mim, com 8 anos de idade, eu via que tinha um diamante muito bruto no momento, mas que eu poderia lapidar e fazer com que ela se tornasse uma pessoa melhor. Não somente no esporte, mas também na vida”, disse ele.
Com essa preocupação em fazer Rafaela evoluir no esporte e também na vida, fica evidente que Geraldo não se dedicava apenas à preparação física com fins competitivos. Ele estava empenhado em fazer a aluna crescer como um todo, assim como fazem os grandes mentores. Além da conquista de medalhas e troféus, o técnico vibra também com o fato de a atleta estar estudando em uma universidade.
Quando ele diz que tinha consigo um diamante a ser lapidado, percebemos o quanto acreditava no potencial de Rafaela e o quanto admirava o esforço e a dedicação da jovem. Quando isso acontece, quando o mentor passa a ter um interesse autêntico e genuíno no sucesso do mentorado, dizemos que está em prática uma característica muito nobre do mentoring e que nem todo mentor possui: a função de confirmação. E isso fica bem claro no caso de Geraldo e Rafaela!
Com os anos de parceria, Geraldo e Rafaela acabaram construindo uma relação que ultrapassou os limites básicos do contexto técnico-atleta e pode ser considerada uma maravilhosa relação de mentoring. Que bom seria se todos os técnicos fossem assim. Provavelmente teríamos mais jovens colocados no bom caminho e mais medalhas para comemorar.
E você? Conhece outras experiências como a de Geraldo no sucesso de Rafaela? Contribua no espeço dos comentários.
Quer saber mais sobre como o mentoring pode ajudar pessoas a aderir ao exercício físico? Acesse este artigo que postei recentemente: Entenda como o mentoring pode estimular a prática de exercícios físicos.