Houve um tempo em que a participação das mulheres no mercado de trabalho era um dos principais assuntos entre os temas relacionados às questões de gênero. Com os avanços nessa área, a questão agora é a presença do sexo feminino nos cargos de liderança.
O “teto de vidro”
O assunto é tão delicado e complexo que foi criada uma expressão para designar o conjunto de obstáculos que impediam as mulheres de chegar ao topo das organizações: teto de vidro. Neste artigo, é possível entender melhor do assunto e ver que o termo criado há duas décadas nem é mais tão adequado, tendo em vista que ele sugere a ideia de obstáculo intransponível.
Hoje, com a chegada de algumas mulheres ao topo organizacional, fala-se em “cruzar o labirinto” como metáfora para aquelas que conseguem transpor as barreiras e alcançam cargos de liderança. Mas conseguir cruzar o labirinto continua sendo uma tarefa árdua, como sugere mesmo o termo, e cheia de dificuldades.
Mulheres nas organizações
A edição deste ano do estudo Women in Business (Mulheres nos Negócios) mostra que um terço (33%) das organizações ao redor do mundo não contam com mulheres nos cargos de alta gestão. Ainda segundo a pesquisa, apenas 19% desses cargos eram ocupados por mulheres no Brasil em 2015.
Ou seja, apesar de ter havido um avanço nas relações de gênero, ainda há muito o que fazer. Diante desse cenário, o mentoring, que vem ganhando espaço no mundo corporativo nacional, tem sido apontado como uma grande alternativa. Mas por que essa metodologia é tão indicada para ajudar as mulheres a crescerem nas organizações?
Por que mentoring?
A resposta veio das próprias mulheres. De acordo com as entrevistadas no referido estudo, ter um mentor ou patrocinador foi o que mais as ajudou a ascender dentro da organização, pois os mentores criaram oportunidades para elas, ajudaram na construção de autoconfiança e serviram como uma caixa de ressonância para novas ideias.
Em outras palavras, as mulheres mentoradas foram diretamente beneficiadas por atitudes e comportamentos de seus mentores, como exposição-e-visibilidade, aceitação e escuta-e-aconselhamento. Se você quiser saber como atua um mentor no ambiente organizacional, leia aqui.
Quando falo em aceitação, eu me refiro à postura do mentor que deve oferecer um tratamento de igual para igual, sem hierarquia, permitindo à mentorada ser quem ela realmente é. Pode parecer simplório, mas na nossa sociedade patriarcal é comum as mulheres serem diminuídas e não não terem suas opiniões consideradas.
Com relação à exposição-e-visibilidade, temos outro grande desafio. Também é cultural homens se sobreporem às mulheres durante reuniões e debates coletivos. Por isso, ao mentorar uma mulher, o mentor deve se preocupar bastante com esta função e se dedicar a criar espaços e situações que facilitem a exposição das ideias e habilidades da mentorada.
A escuta-e-aconselhamento é também uma função essencial em qualquer relação de mentoring, pois consiste na escuta ativa, reflexiva e no desenvolvimento de diálogos a fim de se construir um processo de aconselhamento. Esta prática vai ajudar a mentorada a validar suas ideias e opiniões e assim ter mais segurança ao expô-las em público.
Casos de mentoring para mulheres
Apesar de ficar evidente o papel que o mentoring pode desempenhar na ascensão feminina no mundo corporativo, poucas são as iniciativas formais neste sentido. Entre elas, a Accor realizou um programa chamado Mentoring para Mulheres dirigido a ocupantes de cargos de gerência. Já na BB e Mafre, foi criado um projeto de mentoring para que as mulheres pudessem avançar na carreira. Os exemplos são escassos, mas servem como inspiração para que outras organizações desenvolvam seus próprios programas.
E você, sente dificuldade em crescer no ambiente de trabalho por ser mulher? Se você é homem, consegue perceber essas diferenças relacionadas com gênero, no local onde trabalha? Que tal falar sobre isso nos comentários?
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