Quem nunca se matriculou ou mesmo fez um plano anual em uma academia de ginástica e abandonou a prática com poucas semanas? Dar o primeiro passo é difícil, mas parece que manter o ritmo é ainda mais complicado quando se trata da prática de atividades físicas, pois a rotina agitada, o tempo para começar a ver os efeitos do exercício e o cansaço são obstáculos grandes. Mas há quem prossiga mesmo com todos estes empecilhos. Então, qual o segredo? O que faz alguns continuarem se exercitando e outros não?
Diversas pesquisas já foram realizadas para tentar descobrir essas respostas. Elas relacionam a continuidade da prática de exercícios com aspectos biológicos, químicos, financeiros, entre outros. Mas o que vou apresentar neste artigo é resultado de um estudo científico que ousou investigar um tema quase inédito na literatura: a relação entre mentoring e atividade física.
Metodologia e amostragem
Depois de ouvir de muitos amigos e de clientes histórias sobre professores, instrutores e profissionais de educação física que foram determinantes para o sucesso da prática de atividade física, resolvi me debruçar sobre o tema e realizei um estudo de caso com alunos da Academia Chesf, localizada na sede da empresa, em Recife. Um dos objetivos da pesquisa era descobrir quais fatores sociais influenciavam os alunos a praticar exercícios e quais desses fatores podiam ser relacionados ao mentoring.
Ao final do estudo, foi interessante observar que há maior presença de mentores incentivadores para a prática de atividade física na vida de alunos com maior frequência às aulas da academia e que, lá, em geral, eles eram acompanhados, por profissionais com atitudes típicas de mentor. Médicos, colegas e familiares desses alunos também demonstraram comportamentos de mentor.
Funções de mentoring para promover atividade física
Ao longo da pesquisa, foram registrados muitos relatos que eram verdadeiros exemplos das funções de mentoring em prática. Isso sugere que se alguém deseja influenciar uma pessoa a fazer exercícios poderá aproximar-se desse objetivo se adotar a postura a de um mentor.
As orientações que apresentarei são baseadas nos relatos reais de professores e de alunos da Academia Chesf, estes com frequência às aulas suficiente para que fossem considerados fisicamente ativos. Observe:
- Escuta-e-aconselhamento: antes de tudo, quem ajuda uma pessoa a ser fisicamente ativa deve estar disposto a ouvi-la e saber quais são seus objetivos com a prática de atividades físicas, compartilhando com ela experiências próprias ou de outras pessoas;
- Proteção: principalmente no início da prática de exercícios na academia, o aluno pode ficar inseguro, achando que não vai conseguir fazer o que é proposto. É interessante, portanto, evitar a exposição da falha do aluno ao grupo. Também se consideram com proteção as iniciativas que evitam que o ritmo dos exercícios decaia e que o aluno desista da atividade – por exemplo, fornecer dicas para fazer exercícios durante uma viagem;
- Encorajamento: oferecer estímulos para o aluno exercitar-se, argumentando com resultados positivos possíveis; fazer companhia na prática de exercícios (intencionalmente ou não); aplaudir o esforço e/ou os resultados alcançados pelo aluno através dos exercícios;
- Abertura para o relacionamento: esta função do mentoring prevê a disposição para se conectar com o “mentorado” em algum nível. É possível que a relação professor-aluno e a relação “colegas de academia” evolua para um nível de amizade, aumentando o interesse do aluno em frequentar a academia;
- Modelo: O professor ou o colega podem se tornar exemplos a seguir tanto por serem praticantes de atividade física como por conta de seus valores e posturas na vida profissional e social.
Com essas orientações, fica mais fácil encorajar seus alunos e amigos a praticarem exercícios com maior regularidade? Tem alguma experiência nesta área? Conte pra gente nos comentários!
Gostou do artigo? Então compartilhe!