Conhecimento significa “o ato de conhecer por meio da razão e/ou da experiência” ou ainda o “conjunto de informações e princípios que o homem aprendeu”. Embora traga a ideia de informação em seu conceito, sabe-se que conhecimento é informação ordenada, fruto de um processo de aprendizagem e, por isso, bancos de dados e informações por si só não geram conhecimento. Este se encontra nas pessoas que adquiriram informações, processaram informações e as aplicaram por meio de experiências significativas.
Dessa forma, pode-se afirmar que o conhecimento está nas pessoas e isso vale também para os ambientes organizacionais. Ou seja, a gestão do conhecimento de uma organização tem relação direta com a gestão dos seus colaboradores. É por isso que podem ser tão decisivos os processos de admissão, demissão, sucessão e aposentadoria. Faz parte da rotina de uma empresa lidar com esse trânsito de colaboradores e evitar problemas com a perda de saberes essenciais.
Mentoring e transferência de conhecimento
Um exemplo prático de como é importante gerir bem o conhecimento organizacional, é o caso da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, onde desenvolvi um programa de mentoring com o objetivo de acelerar a adaptação de novos auditores. Nesse processo, um dos pilares é a transferência de conhecimento entre os servidores mais experientes e os novatos. Como alguns dos experientes estão próximos da aposentadoria, muito do que eles conhecem poderia se perder quando eles deixarem a instituição.
Iniciativa semelhante ocorreu no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Lá, tive a oportunidade de conduzir um processo de mentoring em que juízes experientes auxiliaram juízes recém-nomeados a se adaptarem ao exercício de suas funções.
Os dois casos citados apenas exemplificam uma tendência atual nas organizações hoje em dia, independentemente de serem públicas ou privadas. Elas estão voltando sua atenção para a gestão do conhecimento e adotando medidas para garantir que ela seja feita da melhor maneira.
As empresas precisam e os jovens desejam
A cada dia, mais evidências têm demonstrado um número crescente de organizações que buscam garantir a retenção e a disseminação do conhecimento. Por exemplo, uma pesquisa sobre escassez de talentos realizada pelo ManPowerGroup revelou que oito em cada dez empresas pesquisadas estavam realizando ações com o intuito de criar redes internas de talentos, assegurando o acesso a saberes e habilidades necessários ao bom desenvolvimento do negócio.
Nesse processo de transferência de conhecimento, o mentoring tem sido apontado como uma excelente alternativa. Nos Estados Unidos, um levantamento realizado pela Corporate Executive Board mostrou que 65% dos entrevistados da geração Y queriam ter um mentor.
Por que mentoring?
Mas o que faz o mentoring ser uma excelente ferramenta para a transferência de conhecimento dentro das organizações? Aí vão alguns motivos:
1º motivo: Métodos de aprendizagem individual têm alcance limitado. É que a maior parte das pessoas retêm conhecimento mais facilmente quando são ensinadas por alguém na prática, e o mentoring possibilita isso;
2º motivo: O mentoring é um estilo de aprendizagem que encoraja a pessoa a entender qual sua melhor maneira de aprender, contando com a ajuda direta de um especialista da organização;
3º motivo: O mentoring leva a uma aprendizagem ganha-ganha para organização e colaboradores.
4º motivo: O custo do mentoring pode ser muitíssimo baixo, tendo em vista que, em geral, os mentores são colaboradores da própria organização e atuam voluntariaemnte como mentores.
Para você, o que mais pode fazer do mentoring uma excelente forma de reter o conhecimento organizacional? Que tal falar sobre isso nos comentários?
