O início da vida adulta é marcado pela árdua missão de definir e começar a construir uma carreira profissional. Nessa caminhada sobre pedras o primeiro dia como profissional trainee de uma empresa pode, sem dúvida, ser considerado um marco fundamental na carreira de qualquer jovem recém-egresso da universidade.
Dados de 2015 indicavam a contratação de cerca de 3,5 mil trainees todos os anos, no Brasil. A concorrência para esse tipo de vaga costuma ser bem alta, pois os programas apresentam muitas vantagens em relação ao que o mercado de trabalho brasileiro em geral oferece para quem acabou de sair da universidade.
Além de ter acesso a um almejado salário, participar de um programa de trainees pode significar aprender na prática não só habilidades técnicas, mas também gerenciais e de liderança. Afinal, um dos principais objetivos desses programas é preparar jovens profissionais para ambientar-se e crescer na organização e, mais à frente, assumir cargos de gestão e, quem sabe, chegar aos patamares mais altos da liderança organizacional.
Parece um sonho, não é mesmo?
Mas é importante estar preparado, pois os desafios são muitos, principalmente se considerarmos que o trainee é um jovem com pouca ou nenhuma experiência. E para que a oportunidade não se transforme em uma história de fracasso ou não seja aproveitado todo o seu potencial, defendo a aplicação do Mentoring para a melhor evolução dos trainees.
Como já mostrei em artigo anterior, o Mentoring é um fator determinante para quem está iniciando a vida profissional. Há países em que o suporte do Mentoring aos trainees já é bastante conhecido. Como exemplo, cito o caso da Sociedade para Estudos de Reprodução, nos Estados Unidos, que oferece a premiação “Trainee Mentoring Award” para os membros da instituição que têm atuação impactante como mentores de trainees. No Brasil, ainda há poucas organizações que adotam um programa de Mentoring para esses colaboradores. Um exemplo é a Whirlpool (fabricante de Brastemp e Consul), cujo programa já foi inclusive objeto de estudo em uma dissertação de mestrado.
Mas como um mentor pode ajudar um trainee?
Além de oferecer conhecimento técnico, um mentor ainda dará o suporte emocional de que o trainee necessita para encarar os desafios do dia-a-dia organizacional. Entre as funções a serem desempenhadas pelo mentor, elenco as principais abaixo:
- O mentor vai dedicar atenção especial ao trainee-mentorado, escutando suas dificuldades e dúvidas e orientando-o pelo melhor caminho;
- O mentor vai proteger o trainee-mentorado, evitando que ele cometa erros desnecessários;
- Vai promover situações para que o iniciante mostre seu potencial;
- Vai dar acesso à sua rede de contatos importantes, facilitando a expansão da rede de conhecimento e influência do trainee;
- De acordo com o desenvolvimento do trainee, o mentor pode indicá-lo para funções superiores.
Por tudo isso, o trainee encontrará no Mentoring um bálsamo para o estresse e a ansiedade provocados pelos momentos de dúvida e pelos problemas técnicos e de relacionamento que venha a ter. O suporte do mentor também proporcionará ao trainee maior autoconfiança, pois com o auxílio de alguém mais experiente, ele terá mais segurança no desempenho das atividades.
Com a ajuda de um mentor, é mais provável que o trainee consiga ultrapassar os obstáculos do mundo organizacional, superar as dificuldades iniciais e ter êxito no programa. Se tornar-se um trainee é a entrada para uma promissora carreira organizacional, o Mentoring é, sem dúvida, um caminho seguro para aproveitar essa oportunidade.