O mentoring é, sem dúvida, uma excelente ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional. No entanto, em alguns casos, a relação de mentoring pode não ter todo o seu potencial explorado pelo par. Isso porque se trata de uma metodologia baseada no relacionamento entre duas pessoas, o mentor e o mentorado. E, quando falamos em relacionamento, diversos aspectos, alguns deles subjetivos, são de extrema importância.
No mentoring informal, natural, a situação é menos problemática, pois aqui a relação de mentoring é resultado de uma aproximação espontânea entre dois indivíduos. Ocorre uma identificação entre as partes, que passam a se relacionar e a vivenciar episódios pontuais de orientação, de escuta e aconselhamento, de proteção, de role modeling(mentor servindo de exemplo ao mentorado), até que a interação se transforma em uma relação de mentoring de fato. Como tudo é muito natural, acaba-se por não saber quando exatamente ocorreu o momento dessa virada. Você já viveu ou vive uma relação desse tipo? Descubra no artigo “Quais os sinais de que você está numa relação de mentoring informal?”.
Já ao falar em mentoring formal, estruturado, aquele que surge a partir de uma intenção prévia dos envolvidos ou por iniciativa de uma organização, educacional ou de outro tipo, as coisas mudam um pouco. Como mentor e mentorado não se aproximam espontaneamente, e sim com uma finalidade específica, pode acontecer que não haja identificação entre eles. Esse é o primeiro obstáculo que pode surgir. Há outros. Entre eles, os que descrevo abaixo, com algumas orientações sobre como superá-los. Vamos lá!
- Dificuldade em fazer um bom matching (formação dos pares mentor-mentorado). É imprescindível levar em consideração as competências que o mentorado precisa desenvolver e aquelas em que o mentor pode efetivamente ajudar. Além isso, é muito importante identificar afinidades e complementaridades entre eles;
- Falta de conhecimento mútuo. Formados os pares, é importante que os membros da dupla busquem se conhecer, inclusive compartilhando seus valores, suas histórias de vida, seus interesses e seus objetivos no relacionamento;
- Comunicação precária. Inclui feedbacks inapropriados ou mesmo inexistentes, falta de clareza ou de abertura para tratar de algum assunto. A orientação aqui é sempre buscar o diálogo mais direto e transparente possível, para evitar ruídos que possam comprometer a relação;
- Falta de definição dos objetivos do mentoring e da definição do papel de cada um no processo de mentoring. Para superar esse empecilho, recomenda-se a criação de um acordo de mentoring logo no início do trabalho. É uma espécie de contrato. Nele estarão descritas, entre outros aspectos, as necessidades de aprendizado do mentorado, as expectativas e responsabilidades de cada um, as formas de monitorar o progresso, quais informações os participantes manterão em sigilo e um cronograma de encontros;
- Falta de tempo e dedicação do mentor ou do mentorado. Tempo é essencial para que uma relação de mentoring progrida. É preciso que ambos, mentor e mentorado, reservem um espaço na agenda para, nesse espaço de tempo, se dedicarem integralmente ao mentoring.
Agora, que você já conhece esses aspectos que precisam ser trabalhados para o sucesso de uma relação de mentoring, procure observar quais deles estão presentes na sua relação e converse com seu par sobre como superar os que existem. Além dos citados, que outros obstáculos você percebe numa relação de mentoring? Explique nos comentários. Quem sabe podemos chegar a uma solução?