Em quase tudo na vida, aprender com quem já percorreu o caminho que pretendemos traçar é uma maneira de evitar erros e atingir mais facilmente os objetivos. Com o mentoring não é diferente. Se você deseja se tornar um mentor, ouvir o que os mentores profissionais têm a dizer é fundamental. Por isso, trago neste artigo alguns comentários e observações de profissionais, recomendações valiosas para quem está começando no universo do mentoring.
O compartilhamento de experiência com o intuito de atalhar caminhos é, inclusive, uma das atividades desempenhados pelo mentor. “Como mentor, a gente encurta caminhos, a gente dá a mão para aquele profissional e diz ‘vem por aqui que vai dar certo’”. Palavras de uma ex-aluna da Formação em Mentoring e atual consultora, coach e mentora em gestão do conhecimento, Cleide Gomes.
Dentre os ex-alunos da Formação em Mentoring, há os que apliquem a metodologia para desenvolver colaboradores na organização em que trabalham. É o caso da já mencionada Cleide Gomes, que foi gestora do conhecimento da ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil, e acabou conquistando o 1º lugar no Prêmio de Excelência em Gestão do Conhecimento e Capital Intelectual da Irlanda do Norte em 2016 com sua experiência de mentoring na empresa.
São muitas histórias de aprendizado, superação, vitória, mas sobretudo, desenvolvimento. Todos os profissionais que decidiram se dedicar ao mentoring têm em comum esse desejo pelo autodesenvolvimento e por contribuir com o crescimento dos seus mentorados. É uma missão muito nobre, mas também muito desafiadora. A seguir, compartilho algumas recomendações de quem encara esse desafio.
Mentoring Organizacional
“Você ser mentora dentro da empresa é um pouco diferente porque existem as limitações do dia-a-dia, a convivência diária, que tira um pouquinho do foco. Mas a gente tem procurado superar isso, separando um horário toda semana e tem dado certo. Trabalhar com a mentoria fora do ambiente organizacional achei mais simples para atingir os objetivos traçados, pois o processo fica mais aberto. Internamente, sempre tem aquela barreirazinha (sic), por conta da convivência. Então para o mentorado mostrar seu ponto fraco, falar do próprio defeito, é um grande desafio”. (Danielle Costa, mentora da área de recursos humanos)
“Eu acredito muito no poder dessa metodologia e tenho certeza que ela é um verdadeiro diferencial para qualquer instituição que queira perenizar o conhecimento”. (Cleide Gomes)
Coaching X Mentoring
“Eu fiz a formação em coaching e depois fiz a formação em mentoring. Aí pude perceber o quanto o mentoring flexibiliza minha atuação e me ajuda a pensar fora da caixa. Com Paulo, eu vi que é, sim, possível usar as duas metodologias de maneira complementar. Esse foi meu maior aprendizado. Ele abriu minha cabeça. O processo de coaching tem um início e um fim predeterminados, geralmente dura de 4 a 5 meses, pois o coaching é muito objetivo. Já o mentoring, a gente não tem como predeterminar a duração antes de começar, porque, quanto mais a gente mergulha, mais a gente tem a ensinar, mais tem o que fazer com o mentorado”. (May Medeiros, coach e mentora de carreira)
“Então foi libertador saber que eu podia trabalhar com as duas metodologias, mentoring e coaching”. (Cleide Gomes)
Feedback construtivo
“Acho que na mentoria isso é um ponto crucial. A forma como você fala para o crescimento do outro sem agredi-lo. Se você dá um feedback e a pessoa se sente ofendida, acabou a mentoria ali. Eu acho que o desafio maior da mentoria é esse”. (Danielle Costa)
Líder Mentor
“Antes de ser mentora, eu treinava os líderes para serem multiplicadores. Hoje, eu os treino para serem mentores. Isso é um salto largo dentro da organização, pois o respeito vem como consequência desse processo.Então o colaborador passar a ter um respeito maior e admiração pelo seu líder. Antes ele era treinado e cobrado. Hoje ele é mentorado e recebe feedbacks para crescer mais. Isso é muito satisfatório, pois quando o liderado cresce é um orgulho para o líder”. (Maria da Penha, mentora em gestão de pessoas)
“Uma pessoa que conduz uma equipe tem que ter competências de mentor”. (Patrícia Lisboa, mentora em comunicação e negócios)
Escuta ativa
“O mentoring humaniza muito os relacionamentos porque ele pega dores e fraquezas, coisas negativas, e consegue fazer uma transformação. Pra mim, o mentoring teve importância nos dois sentidos. Tanto pra eu aplicar na minha vida pessoal, poder ouvir mais os meus amigos e familiares, por exemplo, praticar a escuta ativa. Então eu faço esse trabalho comigo mesma pra conseguir ouvir de uma forma empática e não ansiosa, querendo dar a resposta. Só essa ação faz muita diferença pro outro. Isso contribuiu muito para os meus relacionamentos de uma maneira geral e é um ótimo direcionamento para o lado profissional também”. (Thálassa Coutinho, mentora em branding pessoal digital)
Mentoring para startups
“Quando você parte para o mentoring de startup, o foco muda das pessoas para o negócio que o grupo deseja desenvolver, ou seja, aonde eles querem chegar e quais são as nuances do que pretendem fazer. A partir disso, o mentoring será usado nesse sentido. Não vai ser uma relação tão pessoal e profunda quanto a relação formada no mentoring de carreira. Com as startups, o foco do mentoring tem que ser mais abrangente, visando a abarcar questões relevantes para ajudar o grupo a se estruturar melhor e ter sucesso na sua iniciativa. Mas o princípio da metodologia está preservado. As roupagens é que são diferentes”. (Elias Trambacos, mentor em gestão de gestão de projetos)
Mentoring para profissionais voluntários
“É bem diferente ser líder de voluntários, porque o voluntário tem que estar alinhado com o propósito da instituição e, se não tiver esse alinhamento, você não consegue. Quando você é voluntário, é voluntário por uma causa. Quando você é colaborador, você é por uma atividade. É diferente, porque o compromisso do voluntário tem que vir de dentro, do coração. O colaborador, não. Ele vai por uma razão, uma razão financeira, muitas vezes. Mentorar um profissional para ser voluntário de uma instituição é uma felicidade imensurável”. (Maria da Penha, mentora em gestão de pessoas)
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