Quem já entende um pouco sobre mentoring sabe que a relação mentor-mentorado, no mentoring formal, é composta por 4 etapas ou fases: formação da aliança, plano, desenvolvimento e conclusão. Para entender o que está previsto em cada uma delas, sugiro que assista ao vídeo que gravei sobre o assunto. Confira aqui.
Concluídas todas as etapas do processo, o que acontece depois? Há diversas perspectivas ou possibilidades. Neste artigo, veremos quais são elas e quais fatores influenciam na ocorrência de uma ou de outra. É importante ressaltar que, tanto no vídeo citado, quanto neste artigo, refiro-me às relações de mentoring formal.
Após o período “oficial”, o período determinado para o processo de mentoring, a continuação ou não do relacionamento entre mentor e mentorado dependerá da evolução do mentorado, do nível de abertura e afinidade alcançado durante o processo e da disponibilidade de cada um. Independentemente do que aconteça, é fundamental evitar que se crie dependência do mentorado pelo mentor. Um processo de mentoring bem sucedido não deve, de forma alguma gerar isso: muito pelo contrário! Alguma dependência pode acontecer no início do processo, mas o mentor sempre se preocupará em desafiar o mentorado a seguir com suas próprias pernas.
Vamos às perspectivas ou possibilidades para o relacionamento entre mentor e mentor após processo de mentoring formal. Acompanhe!
1. Prorrogação do processo de mentoring
Há 3 situações que podem acontecer na continuação do processo de mentoring, a depender do nível de desenvolvimento alcançado pelo mentorado. Vejamos.
– Manutenção dos papéis de mentor e mentorado
Quando, depois de finalizado o período combinado para o processo, se percebe que o mentorado ainda pode ou precisa se desenvolver mais, pode haver uma prorrogação, a depender da disponibilidade e interesse da dupla.
Caso isso aconteça em um programa de mentoring organizacional, ou seja, dentro de uma empresa, onde mentor e mentorado são colaboradores, é possível dar continuidade à relação mesmo sem as formalidades do programa.
Quando se trata de mentoring profissional, em que o mentor é pago para exercer esse papel, pode-se renovar o processo por mais um tempo. Nesses casos, geralmente se acorda uma frequência de encontros menor, tendo em vista que o mentorado já se desenvolveu um tanto e possui maior autonomia do que quando começou. Para saber como se tornar um mentor profissional, leia este artigo.
– Mentoring mútuo
Isso ocorre quando o mentorado atinge um nível de desenvolvimento semelhante ao do mentor, na área em que fizeram o trabalho de mentoring. O ex-mentorado se torna capaz de também contribuir para o desenvolvimento do ex-mentor. Neste tipo de situação, os papéis ficam se alternando, na medida das necessidades: cada um pode ser mentor ou mentorado do outro.
– Mentoring reverso
Às vezes, pode acontecer o mentorado superar seu mentor. O processo de mentoring e/ou o mentorado foram tão bons, que a bagagem do antigo mentorado, na área em que fizeram o trabalho de mentoring, passou a ser maior que a bagagem do antigo mentor. Assim, os papéis se invertem: o ex-mentorado agora se torna mentor do seu ex-mentor.
Atenção: é muito comum ver a expressão “mentoring reverso” ser usada para designar uma relação de mentoring em que o mentor é mais novo que o mentorado. Particularmente, não concordo com essa designação, pois defendo que ser mais velho não é uma condição para ser mentor de alguém. Idade, em mentoring, não é determinante do papel de mentor ou de mentorado. A bagagem é o que importa. Abordo essa questão da idade em um dos vídeos da série Mitos do Mentoring. Confira aqui.
2. Coleguismo ou até mesmo amizade, sem planos para mentoring
Muitas vezes acontece a afinidade inicial entre mentor e mentorado se desenvolver a ponto de se transformar em uma relação de colegas ou uma verdadeira amizade. E, enquanto isso, a necessidade do mentoring pode ter se encerrado. Assim, acabam os papéis de mentor e mentorado e a relação flui apenas com coleguismo ou amizade.
3. Distanciamento
Existe ainda a possibilidade de mentor e mentorado concluírem o processo de mentoring e se distanciarem naturalmente, por não se ter criado uma afinidade suficiente para a ocorrência de uma maior aproximação interpessoal. Isso não quer dizer que o processo de mentoring tenha falhado. Pode muito bem ocorrer mentoring com uma abertura mínima entre mentor e mentorado, mas uma abertura suficiente para levarem adiante o trabalho com respeito e dedicação e alcançar o sucesso do mentorado.
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