Um dos principais componentes da boa liderança é a habilidade de interagir de maneira eficiente e harmoniosa com os outros. Espera-se, portanto, que um líder tenha capacidade de desenvolver bons relacionamentos interpessoais com sua equipe e demais membros da organização. Infelizmente, porém, para a maioria dos casos não é o que se vê no dia-a-dia nas organizações. E as pesquisas comprovam isso.
O Global Leadership Forecast (2014/2015), estudo sobre liderança conduzido pela Development Dimensions International (DDI) e pela The Conference Board com 13 mil líderes, revelou que 41% deles gastam a maior parte do seu tempo com atividades administrativas, 25% gastam a maior parte do tempo interagindo com outras pessoas e 34% dedicam tempo igual para cada uma dessas atividades. Essa inabilidade social pode trazer prejuízos financeiros para a empresa. Uma análise mais profunda dos dados do Global Leadership Forecast ordenou as empresas de acordo com os seus resultados financeiros e revelou que as que estão no topo da lista (20% do total) valorizam 2 vezes mais a interação entre colaboradores do que as que estão no fundo da lista (20% do total).
Um outro estudo da DDI, com 15 mil líderes, revelou mais um aspecto do problema: a maioria deles tem problemas com o desempenho de habilidades interpessoais, as chamadas soft skills, mais particularmente em manter ou melhorar a autoestima das pessoas, buscar clareza no que que elas dizem, ouvir e responder com empatia e desenvolver as ideias das pessoas.
Diante desse cenário, eu pergunto: como ajudar alguém a desenvolver habilidades tão subjetivas, habilidades que geralmente construímos de maneira natural, por meio da interação consistente com outras pessoas?
O mentoring é o que me vem logo à cabeça. Por ser baseado no relacionamento próximo entre duas pessoas (mentor e mentorado), ele se mostra bastante adequado para desenvolver aquelas habilidades tão importantes nas interações sociais.
E como o mentoring poderia ajudar nesse caso?
Uma das funções básicas do mentoring é a aceitação da outra pessoa por parte do mentor. Ela pode possibilitar o surgimento de empatia, pois a aceitação prevê que o mentor se coloque no lugar do mentorado e o escute sem prejulgar. O verdadeiro mentor acolhe o mentorado. Não faz prejulgamentos. Trata-o de igual para igual, sem hierarquia, deixando o mentorado à vontade para ser quem ele realmente é.
Outra função essencial do mentoring é a escuta-e-aconselhamento. Essa função estimula a compreensão dos detalhes do que o outro está dizendo, o aprofundamento de sua fala e até o desenvolvimento de suas ideias. Para que haja o aconselhamento, o mentor pratica a escuta ativa, reflexiva, ouvindo em profundidade as colocações do mentorado e desenvolvendo diálogos nesse sentido.
O tratamento empático, sem prejulgamentos, a escuta atenta e o aprofundamento das ideias por meio do aconselhamento, sem dúvida, promovem o envolvimento da outra parte durante a conversa. O mentoring também prevê que o mentor compartilhe casos pessoais e profissionais com o mentorado, o que costuma gerar identificação e mais envolvimento.
Em mais uma função do mentoring, o mentor serve de modelo ao mentorado. Este aprenderá pelo exemplo, não só em questões de conhecimento ou técnica, mas também em questões comportamentais. Ao observar repetidamente os comportamentos positivos de seu mentor, o mentorado tende a copiá-las, o que também é válido no contexto da liderança.
Sendo assim, propomos que o líder enriqueça o seu repertório de soft skills mediante a assimilação de atitudes e comportamentos de mentor. E isso pode ocorrer de duas maneiras:
- O líder recebe treinamento adequado e segue para a prática orientada dessas funções de mentoring;
- Modelagem: o líder é mentorado por um outro líder que possui as soft skills. Aprende, assim, por espelhamento.
Quer ajuda para desenvolver as lideranças com o mentoring? Entre em contato conosco: contato@erlich.com.br
Continue aprendendo de modo presencial. Confira as cidades onde há turmas abertas para nossa Formação em Mentoring.
Já ouviu falar em líder mentor? Conheça esse estilo de liderança no vídeo abaixo: