Dizem que todo ser humano tem de fazer três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Além das inúmeras adaptações que o ditado teria de sofrer para se adequar ao nosso tempo, acrescentaria, como mais difícil tarefa de todas, a tarefa de educar um filho. Pessoalmente, acredito que ela seja tão difícil, em grande medida, porque via de regra sempre nos preocupamos em ser “bons pais”, o que esperamos que resulte em termos “bons filhos”, medindo-os segundo parâmetros que nós mesmos estabelecemos.
E eis que amanhã se comemora mais um Dia das Crianças. Milhões de pais devem estar agora desesperados para comprar os presentes de seus filhos. Ter que agradar sempre é uma “obrigação” sem tamanho. É difícil, quiçá impossível. E isso me faz pensar: será que não agimos assim por uma espécie de obrigação social criada pela cultura em que estamos mergulhados, sem mesmo pensar no que significa valor para os nossos filhos? Será que temos a mesma preocupação e atenção no dia-a-dia, quando o que eles mais precisam não é nada material, mas fundamentalmente a nossa presença, a nossa participação? Quantas vezes na semana paramos para escutá-los, entendê-los, orientá-los? Que preocupação temos em servir de modelo positivo, para que eles sigam o que consideramos o bom caminho?
Se você é pai ou mãe, ninguém melhor para assumir esse papel. Você sabe, por experiência própria, o quanto meia hora de conversa profunda e sincera pode ser um presente mais valioso que qualquer outro. Então escute sua criança atentamente, dê conselhos quando e como achar que cabem, oriente por valores que não sejam ligados ao medo, seja consciente do exemplo que representa. Quem teve pais assim sabe do que eu estou falando. São pais mentores.
Por isso, se me permite, sugiro que, em vez de terminar esse texto e sair correndo para o shopping, corra para o seu filho agora. Descubra onde ele está, fisicamente e emocionalmente, e entregue-se ao prazer de ser pai ou mãe, de estar junto de alguém que tem uma ligação incondicional e perpétua com você, que tem você como referência primeira e absoluta, que será seu filho, sua criança para sempre.
Ah… Nada contra comprar um presentinho no shopping. Na medida!
Feliz Dia das Crianças!
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E então? O que acha sobre a ideia de “pais mentores”? Que tal me contar sua experiência nos comentários?