Comunicação e negócios é o nicho de atuação da mentora Patrícia Lisboa

Comunicação e negócios é o nicho de atuação da mentora Patrícia Lisboa

Nesta edição da Série Mentor Profissional, conversamos com a publicitária Patrícia Lisboa, de Belo Horizonte. Há 3 anos, Patrícia trabalha de maneira independente desenvolvendo pessoas através de metodologias como, coaching, coaching sistêmico, thetahealing, psicanálise e, claro, mentoring. No bate-papo, ela fala sobre a utilização dessas metodologias e sobre a sua atividade atual cujo foco é comunicação e negócios. Confira!

A produção da entrevista é de Virgínia Lima com texto de Maíra Borges e design de Danilo Miquéias.

Veja as outras entrevistas da série Mentor Profissional aqui no blog!

Boa leitura!

Comunicação e negócios é o nicho de atuação da mentora Patrícia Lisboa

Patrícia, qual a sua formação acadêmica?

Sou formada em publicidade, passei por agências, veículos de comunicação, tive uma empresa de marketing cultural e há 3 anos trabalho com desenvolvimento de pessoas.

Como você teve acesso ao mentoring?

Quando eu comecei as minhas formações em coaching, eu entrei em contato com várias linhas e percebi que as pessoas se posicionavam muito como mentoras. Daí eu falei: ‘Mas é mentor como? Com que metodologia? Com que certificação? Como que é isso?’. Aí, na verdade, não era. Apenas a pessoa tinha experiência e se posicionava como mentora. Então eu comecei a pesquisar sobre isso e achei o site do Paulo, onde encontrei artigos falando sobre mentoring. Me interessei muito e, coincidentemente, uma amiga minha que mora no Rio de Janeiro ia fazer o curso dele. Eu me animei mais ainda e fui para o Rio fazer o curso do Paulo. Eu buscava ferramentas e estratégias práticas para desenvolver a mentoria com metodologia e não simplesmente me intitular mentora sem ter uma formação.

Hoje, como você coloca em prática o que aprendeu na Formação em Mentoring?

Então, hoje em dia minha mentoria foca em comunicação empresarial. Porque, se você for fazer um diagnóstico, todo problema em uma empresa inevitavelmente passa pela comunicação. E eu estou falando de interação humana, de compartilhamento, não de estratégia mercadológica. Eu estou falando realmente do processo de comunicação. Minha ênfase é nessa área e em liderança. Eu trabalho muito com o desenvolvimento de líderes e, para isso, a gente precisa capacitá-los na comunicação, na interação…

Pela sua trajetória, imagino que você também já tenha tido experiência como líder.

Sim. Nenhuma objeção a uma pessoa jovem que seja mentora ou seja coach, mas eu vejo que quanto mais maturidade e experiência a gente tem, mais consistência possui para transmitir. Eu vejo que o mentoring faz também uma convergência com o seu momento de vida. Eu, por exemplo, já tenho 25 anos de carreira, já fui diretora de equipes, já trabalhei em grandes empresas, já tive a minha própria empresa… Então há uma bagagem e aprendizagem que a gente vai desenvolvendo.

Você falou que teve acesso ao mentoring quando estudava coaching. Então, como foi que você chegou ao coaching?

Eu sempre trabalhei na área de comunicação, mas chegou um momento na minha vida em que eu fui convidada para trabalhar com seguros em uma multinacional americana muito grande. Eu aceitei o desafio, principalmente por conta da perspectiva financeira, que era muito positiva, e fui fazer a capacitação para me tornar corretora de seguros. E aí no dia que eu já estava habilitada, pronta para começar a vender, eu travei. Eu tive uma trava em  ser vendedora de seguros. O que é uma bobagem porque é uma profissão muito bacana e muito necessária, não é? Se a gente for olhar os países desenvolvidos, todo mundo está segurado. Bom, mas aí eu falei: ‘E agora? Já me posicionei, já treinei, já investi.’ Daí eu fui procurar um coach para tentar destravar essa dificuldade que eu tinha. E o meu processo de coaching foi um divisor de águas. Em seis meses, eu deixei de ser uma pessoa que não dava conta de dar um telefonema e fiquei no ranking, dentre 2 mil profissionais, entre os 150 melhores do Brasil. Durante 3 anos, eu trabalhei com isso e foi uma vida muito próspera. Aí, quando eu vi como o processo de coaching destravou essas minhas crenças, houve realmente uma mudança de mindset, eu pensei: ‘Opa, esse negócio é muito bom!’ E, como eu sempre gostei muito dessa interlocução, de estar com pessoas, fui professora universitária durante alguns anos, então já tinha alguma didática, eu resolvi me capacitar em coaching e busquei a minha primeira formação. Isso foi há 5 anos. Eu fiz a primeira formação, gostei muito. Depois quis entender um pouco de programação neurolinguística, neurociência, psicologia positiva… Eu também já sou formada em psicanálise, o que me ajudou muito na condução do processo de coaching, porque, apesar de eu não atender como psicanalista, a escuta é diferente, o manejo da sessão é diferente… Depois fiz capacitação de coaching de equipes, andragogia, coaching experiencial, até chegar ao ponto em que eu estava pronta para começar a atender. Nos últimos 3 anos eu abandonei as outras atividades e me concentro apenas no coaching e no mentoring. Faço atendimento individual, coaching em grupos e treinamentos em empresas.

Uma pessoa que conduz uma equipe tem que ter competências de mentor.

Como o mentoring acontece nesses atendimentos?

O coaching em grupo tem um objetivo e aí eu sempre utilizo o mentoring. Tem algumas sessões que são só de coaching, mas tem muitas sessões que são puramente mentoria porque eu apresento para as pessoas referencial teórico e, baseadas nessas teorias, elas vão se capacitando e se desenvolvendo. Então é transmitir conhecimento mesmo, principalmente na formação de liderança. A gente deixa claro que o líder tem que ser um mentor. Por mais que ele não seja um mentor certificado, uma pessoa que conduz uma equipe tem que ter competências de mentor. Então o mentoring entra muito nessa formação, a metodologia, como capacitar os gestores para eles mentorarem a equipe, como ajudar o mentor a fazer um plano de ação… Eu tenho muitas sessões dentro de planejamento empresarial e dentro de coaching em grupo que são sessões absolutamente de mentoria, onde eu não estou apenas provocando a pessoa a pensar, fazendo perguntas poderosas para que ela chegue às suas próprias conclusões: eu estou apresentando a ela conteúdo e metodologia.

Quando você passa a usar o mentoring com seus clientes, você informa a eles durante a sessão?

Na verdade, quando eu estou em negociação com a empresa ou grupo que está me contratando, um diferencial competitivo meu é ser mentora. Então na própria proposta que eu faço, o mentoring já vai elencado como uma ferramenta muito importante. Na hora da contratação, já é esclarecido que ele vai ter as sessões de coaching e momentos de mentoring. E no momento que isso acontece, as pessoas sabem que aquilo ali é mentoring e não coaching.

Você tem clientes de mentoring individual?

Em algumas situações muito específicas, eu fiz algumas sessões com coachees de mentoria de comunicação e liderança. Eu considerei importante eles se capacitarem e daí eu propus: ‘No nosso próximo encontro, a gente vai falar de liderança, a gente vai falar de comunicação’. Aí eram sessões de mentoria dentro do processo de coaching. Mas um processo completo, do início ao fim, eu nunca tive.

Você pode contar um pouco mais sobre esses casos?

Os dois casos são muito parecidos. Um deles é o de uma pessoa muito competente na área dela: uma técnica, uma especialista, que passou por uma seleção interna para se tornar gerente. Nesse momento, ela ficou muito insegura, porque tecnicamente ela era muito boa, mas liderar equipes causou nela uma ansiedade. E no processo de coaching eu utilizei algumas sessões conceituando mesmo o que é liderança, como desenvolver uma equipe, qual a postura do líder… Aí eu usei ferramentas de mentoring e foi fundamental pra ela desenvolver um pouco mais de segurança e conhecimento mesmo.

Em meio a tantas metodologias de desenvolvimento de pessoas, qual o diferencial do mentoring na sua opinião?

O diferencial do mentoring é a metodologia. Existe um como fazer, que não é engessado, que a gente tem que ter a sensibilidade e a desenvoltura para adaptar. No coaching, muitas vezes, a gente quer provocar insight nas pessoas e a gente consegue. As pessoas chegam às suas próprias conclusões e só assim elas mudam. Porém chega uma hora em que a pessoa pode até mudar o mindset, mudar a postura, pode desenvolver mais atitude, mais segurança, porém conhecimento não é algo que é de mindset. Conhecimento é bagagem. E aí o mentoring entra de forma muito consistente. É através do meu conhecimento que eu vou transmitir a ela competências e mais, eu sendo mentora de comunicação, de liderança ou de business. Sou eu utilizando a mentoria enquanto mentora dos meus clientes. Sem falar da parte mais bonita ainda, que é quando você consegue desenvolver nessa pessoa, nesse líder, nesse empreendedor capacidades de mentoria para que ele possa desenvolver isso no próprio negócio. Então o mentoring entra aí duplamente: quando eu quero passar conteúdo, transmitir conhecimento e também quando eu quero capacitar a outra pessoa a transmitir conhecimento de maneira mais assertiva, de maneira mais competente mesmo pra equipe dele para o ecossistema dele.

E o que tem acontecido no desenvolvimento de líderes mentores?

Muito sucesso. Primeiro, que a gente vê na prática a mudança acontecer dentro da empresa. Isso é muito lindo. E tem a própria questão das pessoas agradecerem, os depoimentos. A própria questão orgânica. O meu trabalho acontece de forma muito orgânica: um cliente satisfeito me indica para outro e por aí vai.

o papel de mentor é algo tão forte, que  às vezes você usa referências de uma pessoa que foi seu mentor há muitos anos atrás, alguém com quem você nem tem mais contato no dia-a-dia. Mas o que aquela pessoa ensinou para você significou muito.

Entre os seus clientes, houve algum caso mais desafiador, mais difícil mesmo, a ponto de você ter que recorrer a uma terceira pessoa, a um mentor seu?

Essa coisa do mentor é muito bacana porque a gente tem mentores formais e informais. E o papel de mentor é algo tão forte, que  às vezes você usa referências de uma pessoa que foi seu mentor há muitos anos atrás, alguém com quem você nem tem mais contato no dia-a-dia. Mas o que aquela pessoa ensinou para você significou muito. Algumas vezes isso acontece porque o processo de desenvolvimento humano não é uma ciência exata. Não dá para a gente falar assim: ‘Hoje eu vou desenvolver a pessoa em 50%; na próxima sessão, 70%…’. Cada pessoa tem seu ritmo e está tudo bem nisso. Algumas pessoas se interessam mais; outras, menos. Algumas pessoas alcançam mais; outras, menos. Algumas pessoas se envolvem mais; outras, menos. Isso gera na gente uma ansiedade, porque a gente quer uma equidade, as pessoas no mesmo timing, na mesma sintonia. O meu resultado hoje é principalmente o resultado dos meus clientes. Se eles não apresentam resultado, logo, eu não apresento resultado. Isso é muito importante. Então acontece de você ficar se perguntando qual estratégia usar. Mas aí muitas vezes eu lembro de gestores meus, líderes que eu tive, pessoas que me inspiraram e me pergunto: ‘O que essa pessoa faria agora?’. Muitas vezes até sem recorrer a ela. Ou até ao próprio Paulo com aquela serenidade dele, aquela humanidade dele, aquele respeito e delicadeza que o Paulo tem. Eu vou buscando essas referências porque às vezes a gente tem que conversar, interagir, entender que está diante de gente e parar de teorizar, de ter uma meta e tentar entender o que está acontecendo neste momento. É nessa hora que a gente volta para isso, para a essência do relacionar e consegue buscar o fio da meada e corrigir rota, mudar a perspectiva.

Gostaria de citar algum mentor, alguém que tenha influenciado você de maneira especial?

Olha, eu tive tantos mentores na família e na vida profissional que seria até injusto indicar um, porque a gente é a soma das pessoas e das situações que a gente vive. Eu não quero citar um mentor, mas eu quero reconhecer e honrar todas essas pessoas porque a gente é a média das 5 pessoas com quem a gente mais convive. Então esse relacionar e interagir é que me fazem ser quem eu sou, acreditar no que eu acredito e fazer o que eu faço. E muitas vezes um próprio coachee meu é meu mentor naquele dia. Eu aprendo tanto, que eu acho que na verdade a gente tem que ter esse olhar de aprendiz o tempo todo. As pessoas estão nos ensinando sempre.

Você está há 3 anos trabalhando com o desenvolvimento de pessoas. Quais são os planos para o futuro?

Eu me faço esta pergunta muitas vezes: qual vai ser o próximo passo? Mas eu só tenho uma certeza: a de que eu vou continuar a lidar com gente, desenvolver pessoas, acolher pessoas. Essa é a minha vocação. Se vai ser através do coaching, do mentoring, da psicanálise, do thetahealing, do reiki, eu não sei, porque eu acredito muito no fluxo das coisas. Mas uma certeza que eu tenho é que vai ser acolhendo, lidando, desenvolvendo pessoas e eu espero que seja durante muito tempo nesse formato que eu faço. Tanto individualmente como também dentro das empresas, entendendo aquela realidade, conhecendo aquele ecossistema, aquele organismo vivo formado por pessoas. Então, palestra, treinamento, workshop, atendimento, mas que seja voltado para as pessoas e que a gente cresça juntos.

Falando em futuro, vemos uma tendência a robotização das funções profissionais antes desenvolvidas por pessoas, mas me parece que essa área de desenvolvimento humano será a única a escapar da robotização…

Exatamente. A tendência é que tudo seja escalável, que a máquina e os algoritmos substituam o homem, mas eu acho que as pessoas vão precisar muito disso (desenvolvimento humano). E eu ainda vou além: será que não vai chegar um tempo em que os robôs vão precisar de coaching, de terapia?

Vender é interpretar pessoas, atender uma conta (em uma agência de publicidade) é interpretar pessoas, eu interpretava o cliente e o traduzia para o pessoal da criação. Então a minha competência sempre foi essa: interpretar pessoas.

Então essa área de desenvolvimento humano seria uma das mais promissoras…

Eu acho e eu nunca estive tão feliz, sabe? A vida inteira eu sempre trabalhei com vendas e depois em agência eu fui atendimento, eu nunca fui uma profissional de criação, eu sempre exerci relacionamento. Vender é interpretar pessoas, atender uma conta (em uma agência de publicidade) é interpretar pessoas, eu interpretava o cliente e o traduzia para o pessoal da criação. Então a minha competência sempre foi essa: interpretar pessoas.

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