Um dos aspectos mais fundamentais no mentoring aitêntico é o processo de aconselhamento. Aqui, especialmente, o aconselhamento não deve se focaar em dar conselhos prontos, opiniões superficiais ou recomendações genéricas. Há especificidades e cuidados que devemos ter. Neste artigo, vamos trazer algumas recomendações sobre o que o/a mentor/a autêntico/a deve fazer e o que evitar ao aconselhar. Ao final, você vai perceber que elas podem servir para as nossas relações em geral. Observe!
Escuta ativa: comece escutando empaticamente
No mentoring autêntico, escuta e aconselhamento vêm juntos em uma mesma função. Isso é muito claro: para dar um bom conselho, é preciso antes ouvir empaticamente o mentorado, procurando entender o que ele pensa e o que ele sente. Por isso digo sempre que a escuta é o combustível do aconselhamento. É impossível oferecer um conselho customizado sem antes ouvir profunda e dedicadamente. Aprofunde-se nesse aspecto lendo o artigo “O valor da escuta verdadeira”.
Em princípio, não diga imediatamente o que o/a mentorado/a deve fazer
Quando somos procurados por alguém para um conselho, a maioria de nós tem o impulso de dizer de imediato o que pensamos sobre o assunto. Essa é uma ação que deve ser evitada. Veja bem: a propriedade das soluções no processo de mentoring autêntico/a não é do/a mentor/a, mas do/a mentorado/a. É este/a quem tem que encontrar suas próprias soluções. O/A mentor/a está no processo com o fim de ajudá-lo/a nesse caminho. Há exceções, mas é assim que prioritariamente deve funcionar o mentoring autêntico. Porque se trata de uma relação de desenvolvimento, e o/a mentorado/a deve crescer principalmente a partir dos próprios insights.
Conduza o/a mentorado/a à reflexão
A partir da recomendação anterior, você pode estar se perguntando: como o/a mentor/a autêntico/a vai ajudar o/a mentorado/a a chegar à solução para sua questão? Muito simples. O/A mentor/a vai criar perguntas que provoquem reflexões, vai fazer colocações e considerações sobre o tema discutido, vai levantar hipóteses junto com o/a mentorado/a e fazê-lo/a pesar os prós e contras de de cada um delas.
Compartilhe suas experiências
Para contribuir ainda mais com essa reflexão, o/a mentor/a pode compartilhar situações semelhantes vivenciadas por ele/a próprio/a e que possam servir de exemplo ao/à mentorado/a. Nesse caso, o/a mentor/a pode contar como agiu na ocasião, mas isso não significa que o mentorado deva seguir o exemplo compartilhado. O caso narrado serve apenas como mais uma fonte de reflexão para o/a mentorado/a. E só ele/a pode decidir sobre ação que irá realizar, concordando ou não com o exemplo do/a mentor/a ou adaptando o exemplo para a sua própria situação.
Pergunte ao/à mentorado/a o que ele/a irá fazer
Você deve ter observado que o papel do mentor na hora de aconselhar supõe uma postura cuidadosa, não diretiva, mas de estímulo à reflexão e à ação estratégica. Ao perceber o momento adequado, o mentor deve perguntar ao mentorado: “O que você acha de tudo isso? O que você pensa em fazer? O que decide?
E quando o/a mentor/a autêntico/a pode intervir diretamente?
Há duas situações em que o/a mentor/a autêntico/a pode agir de maneira diretiva, intervindo na ação do mentorado. A primeira delas é quando, apesar de todas as tentativas feitas para o/a mentorado/a criar uma solução, este/a não consegue alcançar esse objetivo. O mentor aí pode sentir-se à vontade para sugerir. Mas isso não se pode tornar comum no trabalho com o/a mentorado/a e o/a mentor/a autêntico/a deve alertar para isso.
O segundo caso em que o/a mentor/a vai oferecer uma resposta diretamente, dizer ao/à mentorado/a o que ele/a deve fazer, ocorre quando há um risco iminente para o/a mentorado/a ou um prazo fatal para o/a mentorado/a ter de criar uma solução. Nesse caso, o/a mentor/a autêntico/a entende que a imagem ou a situação do mentorado está em perigo e os esforços para fazê-lo/a criar uma solução não deram resultado. A saída, então, é clarear e indicar o que o/a mentorado/a deve fazer. Mas também aqui e o/a mentor/a autêntico/a deve alertar o/a mentorado/a: isso não se pode tornar um hábito no processo de mentoring autêntico.
Consegue imaginar situações assim? No vídeo a seguir, ilustro com exemplos essas exceções e as recomendações que relatei neste artigo. Confira!
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