Cada pessoa tem uma história de vida, uma trajetória diferente, mas é certo que, a partir de certo ponto da existência, pode ser uma excelente fonte de orientação e conselhos e compartilhar os acertos e erros da vida com outras pessoas que precisam se desenvolver.
Muitos aposentados ou pessoas prestes a se aposentar se encaixam nesse caso. Aliás, se você parar para pensar, vai notar que grande parte dos membros desse grupo atende aos critérios básicos para ser mentor: conhecimento e experiência em alguma área e disposição para compartilhar essa bagagem. Por conta disso, um dos pontos que defendo com relação à aplicação do mentoring organizacional é a inclusão dessa metodologia em programas de preparação para a aposentadoria ou de aproveitamento de aposentados.
Pode parecer algo distante para a realidade corporativa brasileira, que ainda está engatinhando na área. Mas, sem dúvida, aproveitar aposentados e pré-aposentados como mentores é uma vertente muito promissora do mentoring no ambiente organizacional. Ainda mais quando levamos em conta que a expectativa de vida no nosso país vem aumentando ano após ano, ou seja, as pessoas se aposentam e ainda têm uma longa e estrada pela frente, que pode ser trilhada de forma extremamente útil.
Pensando nessa realidade e nas possibilidades que ela promove, indico abaixo alguns benefícios do mentoring nesse contexto, seja para aposentados ou pré-aposentados que se tornarem mentores, para as pessoas que ganharem a ajuda deles ou para a organização que decidir adotá-los como desenvolvedores de pessoas.
1 – Substituição do vazio por um propósito
Você já deve ter ouvido muita gente se queixar de sentir um vazio após se aposentar. Pois é. Ocupar o tempo com uma relação de mentoring pode preencher com profundo significado o espaço deixado pela ausência de um vínculo formal de trabalho e trazer uma grande satisfação pessoal para o mentor.
2 – Contribuição para a próxima geração
O conhecimento de quem já passou por boa parte das situações com que as novas gerações ainda irão se deparar é algo muito valioso e pode garantir ótimos resultados. Por um lado, ser mentorado por alguém pode trazer um desenvolvimento diferenciado. E, por outro lado, quando o mentor é de uma geração acima da do mentorado, pode surgir o que se chama de “sentimento de generatividade”: a satisfação de colaborar para o sucesso da geração seguinte.
3 – Retenção do conhecimento tácito
Mesmo nas empresas mais estruturadas no que diz respeito à gestão de conhecimento, sempre existe o risco de perda do conhecimento tácito quando veteranos se aposentam. O conhecimento tácito é aquele não registrado ou oficializado em documentos, que está presente apenas na cabeça de alguns colaboradores. É, portanto, um conhecimento com alto risco de ser perdido quando eles se retiram da organização. Por isso é importante que eles mentorem colaboradores que permanecerão na organização e transmitam para estes o saber.
4 – Renda extra
A imensa maioria das relações de mentoring no ambiente organizacional acontecem de maneira gratuita, com mentores voluntários. Mas, a depender da situação, para compartilhar sua bagagem o aposentado pode ser remunerado pela organização ou até mesmo pelo próprio mentorado.
5 – Redução de custos de treinamento
Mesmo que gerem algum custo para a organização, os programas de mentoring costumam ser econômicos e eficientes e, em muitos casos, podem substituir os treinamentos tradicionais. E, se a empresa optar por implantar o mentoring no programa de aposentadoria, poderá economizar utilizando mentores voluntários, não remunerados, que ainda fazem parte do quadro de funcionários da empresa.
E você? Já imaginou como é útil e importante aproveitar o conhecimento e a experiência de aposentados e pré-aposentados? Tem alguma experiência nesse sentido? Compartilhe conosco no espaço dos comentários.
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