Sim, isso existe. Infelizmente não é no Brasil. Em janeiro, comemora-se o Mês Nacional do Mentoring nos Estados Unidos, uma iniciativa  criada em 2002 por duas instituições: MENTOR – The National Mentoring Partnership e a Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard. A MENTOR, fundada em 1990, é uma organização voltada para o apoio a jovens em situação de vulnerabilidade, através do suporte de mentores recrutados na sociedade.

Tamanha é a importância que a iniciativa alcançou, que recebeu apoio oficial dos presidentes George W. Bush e Barack Obama. Em sua declaração sobre janeiro de 2017, Obama propôs: “Este mês, refletimos sobre o papel transformador que o mentoring pode ter e reconhecemos as muitas maneiras pelas quais os mentores têm ajudado a nossa próxima geração de líderes e inovadores a crescer. Como uma nação, somos mais fortes quando cada indivíduo tem a oportunidade de contribuir para a nossa história americana. Através do trabalho para dar a cada pessoa uma melhor chance de sucesso, podemos liberar seu potencial e empoderá-las para servir a outras da mesma forma.”.

E o movimento não para por aí. A partir do ano passado, o dia 17 de janeiro passou a ser celebrado como o Dia Internacional do Mentoring. Trata-se de uma homenagem ao famoso pugilista Muhammad Ali (17/01/1942 − 03/06/2016). O lutador se destacou por trabalhos humanitários dirigidos a crianças e adultos em diversas partes do mundo.

E, para fechar com chave de ouro, a MENTOR realiza de 1 a 3 de fevereiro a sétima edição da Cúpula Nacional de Mentoring, evento que conta com patrocinadores como Linkedin, Citi, Bank of America, 3M, EY e Deloitte.

Nos Estados Unidos, uma parte considerável das ações de mentoring envolve crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. O trabalho é realizado através de instituições como, entre outras, a MENTOR e a Big Brothers Big Sisters of America e até de iniciativas governamentais, como a My Brother’s Keeper.

É intenso e necessário o foco do mentoring no campo da infância e da juventude, e o exemplo que os Estados Unidos dão nessa área é abrangente e inspirador. Mas sabemos que o mentoring pode desenvolver pessoas das mais diversas idades e em qualquer área. Se existir alguém que possua o conhecimento e a experiência necessários para desenvolver quem precisa e, claro, que tenha vontade de contribuir para o crescimento do outro, aí estará o campo fértil para o mentoring, seja qual for o contexto.

Então, diante dos efeitos fabulosos que o mentoring provoca onde é praticado, surge a tal pergunta que não quer calar: se conseguíssemos ter mentores em todas as comunidades e em todos os tipos de organização, o quanto conseguiríamos melhorar as sociedades em que vivemos? Sinceramente, não sou capaz de calcular isso, mas sou invadido pela certeza de que o resultado seria grandioso, em termos pessoais, profissionais, sociais e econômicos.

Da minha parte, posso dizer que sou extremamente satisfeito com o trabalho que realizo. Defender e adotar o mentoring como metodologia de desenvolvimento humano é resultado da consciência que tenho de que posso contribuir para a evolução da nossa sociedade, de que posso abraçar o sucesso do outro como a minha missão profissional.

Nesse sentido, convido você a pensar sobre o valor que o mentoring teve e/ou pode ter em sua vida. Se quiser mergulhar neste mundo de crescimento, sugiro que se torne mentor(a). Há várias maneiras de fazer isso, seja voluntária ou profissionalmente. Se estiver ao meu alcance ajudá-lo(a), será para mim um novo motivo de prazer e realização.

 Tweetar